Los Angeles, 17 de março de 2025 – Um tribunal da Califórnia condenou a rede de cafeterias Starbucks a pagar uma indenização de US$ 50 milhões a um entregador que sofreu queimaduras de terceiro grau após um copo de chá quente derramar sobre seu corpo. A decisão, proferida por um júri do condado de Los Angeles, reacende o debate sobre segurança no manuseio de bebidas quentes e responsabilidade das empresas no atendimento ao consumidor.

Detalhes do caso

O incidente ocorreu em fevereiro de 2020, quando Michael Garcia, então com 30 anos, foi buscar um pedido de três chás quentes na unidade drive-thru de um Starbucks em Los Angeles. Segundo a ação judicial, um dos copos não foi devidamente fixado no suporte de papelão, tombando e derramando o líquido quente em seu colo.

Garcia sofreu queimaduras graves na virilha, coxas e abdômen, resultando em desfiguração permanente. O entregador precisou passar por cirurgias de enxerto de pele e relatou que as sequelas impactaram sua qualidade de vida e capacidade de trabalho.

Decisão judicial e impacto financeiro

O júri considerou a Starbucks responsável por negligência no preparo e manuseio das bebidas, determinando a indenização de US$ 50 milhões. O valor cobre danos físicos, sofrimento emocional e perda de rendimento futuro do entregador.

A condenação ocorre em um momento delicado para a Starbucks, que recentemente divulgou uma queda no faturamento em mercados-chave, incluindo os Estados Unidos. A penalização pode gerar um precedente para futuras ações judiciais relacionadas a segurança no atendimento ao cliente.

Posicionamento da Starbucks

A rede de cafeterias informou que recorrerá da decisão, alegando que o incidente foi um caso isolado e que seus padrões de segurança são rigorosos. “Estamos comprometidos em garantir a melhor experiência para nossos clientes e entregadores, e revisaremos nossos processos internos para evitar casos semelhantes”, declarou um porta-voz da empresa.

Precedentes e impacto no setor

O caso remete a processos emblemáticos, como o da cliente do McDonald’s que, nos anos 1990, processou a rede após sofrer queimaduras ao derramar café quente sobre si, recebendo uma indenização milionária.

Especialistas alertam que o veredicto pode levar outras empresas do setor de alimentação a revisarem protocolos de segurança e treinamento de funcionários para evitar novas ações judiciais. Além disso, há um debate crescente sobre a temperatura ideal para o serviço de bebidas quentes e a responsabilidade compartilhada entre estabelecimentos e consumidores.

O caso Starbucks reforça a necessidade de aprimoramento na gestão de riscos para empresas que lidam com produtos que apresentam potencial de acidentes, especialmente em um cenário de maior escrutínio regulatório e de proteção ao consumidor nos Estados Unidos.