Os professores da rede pública do Distrito Federal aprovaram, em assembleia realizada na última quinta-feira (27), o estado de greve como parte da campanha salarial de 2025. A categoria reivindica um reajuste de 19,8% e a reestruturação da carreira, alegando perdas inflacionárias acumuladas nos últimos anos.
A decisão foi tomada durante um encontro no estacionamento entre a Torre de TV e o Eixo Cultural Ibero-Americano, reunindo centenas de docentes. Paralelamente, representantes do Sindicato dos Professores do Distrito Federal (Sinpro-DF) participaram de uma reunião com as secretarias de Educação e Economia na Câmara Legislativa do DF (CLDF), intermediada pelos deputados distritais Gabriel Magno (PT) e Wellington Luiz (MDB), presidente da Casa.
Negociações em andamento
O governo distrital sinalizou a criação de uma mesa de negociação para discutir o pleito dos professores. De acordo com o Sinpro-DF, o objetivo é estabelecer um canal permanente de diálogo para tratar da valorização da carreira docente e do reajuste salarial. Márcia Gilda, diretora do sindicato, classificou a reunião como um avanço, destacando o compromisso do governo em priorizar a educação no orçamento do DF.
A decisão pelo estado de greve não implica paralisação imediata, mas reforça a possibilidade de interrupção das atividades caso as negociações não avancem. Segundo a legislação trabalhista, esse mecanismo permite que a categoria pressione por melhores condições sem, necessariamente, interromper os serviços imediatamente.
Impactos e próximos passos
A mobilização dos professores ocorre em um contexto de alta demanda por investimentos na educação pública do DF. O governo local ainda não apresentou uma proposta formal para o reajuste, mas indicou que avaliará a viabilidade fiscal das demandas da categoria.
Nas próximas semanas, novas reuniões devem ocorrer para definir os rumos da negociação. Caso não haja avanços, o Sinpro-DF poderá convocar uma nova assembleia para deliberar sobre uma possível greve geral, o que impactaria diretamente as escolas da rede pública.
O governo do DF ainda não se pronunciou oficialmente sobre o pleito dos professores nem sobre possíveis impactos no orçamento. A Secretaria de Economia deve apresentar um estudo técnico para avaliar o impacto fiscal de um eventual reajuste.