Medida busca ampliar acesso ao crédito para empregados do setor privado, reduzindo taxas de juros
O governo federal anunciou que, a partir de 21 de março, trabalhadores do setor privado poderão contratar uma nova modalidade de crédito consignado. O chamado “Crédito do Trabalhador” permitirá que empregados com carteira assinada, incluindo domésticos e trabalhadores rurais, acessem empréstimos com taxas de juros mais baixas, com descontos diretamente na folha de pagamento.
Funcionamento e acesso ao crédito
A contratação do novo consignado será feita de forma digital, por meio do aplicativo da Carteira de Trabalho Digital (CTPS Digital). Os trabalhadores interessados deverão autorizar o compartilhamento de seus dados, como CPF, vínculo empregatício e margem consignável, para que os bancos possam apresentar propostas de crédito.
Após a autorização, as instituições financeiras terão um prazo de 24 horas para oferecer as condições de empréstimo disponíveis. O trabalhador poderá comparar as opções e contratar a que considerar mais vantajosa, sem necessidade de intermediação da empresa onde trabalha.
Portabilidade e migração de contratos
Além da contratação de novos empréstimos, trabalhadores que já possuem crédito consignado poderão migrar seus contratos para a nova modalidade a partir de 25 de abril. A portabilidade entre bancos estará disponível a partir de 6 de junho, permitindo que os trabalhadores busquem condições mais favoráveis em outras instituições financeiras.
Especialistas apontam que essa nova estrutura pode aumentar a concorrência entre os bancos e reduzir ainda mais os juros médios praticados no crédito consignado privado.
Impacto econômico e inclusão financeira
O governo estima que cerca de 4,4 milhões de trabalhadores do setor privado já utilizam o crédito consignado, com um volume total de R$ 40,4 bilhões em empréstimos contratados. Com a nova regulamentação, o potencial de ampliação da oferta pode chegar a R$ 450 bilhões, aumentando o acesso ao crédito para milhões de brasileiros.
A medida também visa combater o superendividamento, proporcionando uma alternativa de financiamento com menor risco de inadimplência, uma vez que os pagamentos serão descontados diretamente dos salários. Para os bancos, a nova modalidade representa uma oportunidade de ampliação da carteira de crédito com menor risco de calote.
Com a implementação desse novo modelo, a expectativa é que os trabalhadores tenham acesso a condições mais justas de crédito, evitando recorrer a linhas mais caras, como o cheque especial e o crédito pessoal convencional.