Carros elétricos sofrem forte desvalorização no Brasil e acendem alerta para o mercado

Close-up of a futuristic electric truck showcased indoors, emphasizing modern lines and design.

São Paulo – Apesar do avanço na adoção de veículos elétricos no Brasil, a desvalorização acelerada desses modelos tem preocupado consumidores e investidores do setor automotivo. Dados da Kelley Blue Book (KBB) indicam que, em 2024, a depreciação média dos elétricos foi de 8,44%, superando a dos veículos flex, que perderam 6,01% de valor no mesmo período.

O fenômeno não é exclusivo do Brasil. Nos Estados Unidos, segundo estudo da iSeeCars, modelos elétricos perderam, em média, 49,1% do valor em três anos, enquanto carros a combustão desvalorizaram 39,1%. A maior oferta de veículos elétricos novos, somada à rápida evolução tecnológica e à incerteza sobre a durabilidade das baterias, são fatores que pressionam os preços no mercado de seminovos.

Os fatores por trás da desvalorização

Especialistas apontam que a queda acelerada nos preços de revenda está diretamente ligada a três fatores principais:

  • Avanço tecnológico rápido – Modelos mais novos chegam ao mercado com maior autonomia e baterias mais eficientes, reduzindo a atratividade de versões anteriores.
  • Incertezas sobre manutenção e revenda – O temor quanto à substituição de baterias, cujo custo pode representar até 50% do valor do carro, afasta compradores no mercado de usados.
  • Infraestrutura ainda limitada – Apesar do crescimento da rede de carregadores, a falta de estações de recarga públicas ainda pesa na decisão de compra.

Segundo um levantamento da Mobiauto, o BYD Dolphin, um dos elétricos mais vendidos no Brasil, perdeu 6,2% do valor em um ano, enquanto o GWM Ora 03 GT registrou desvalorização de 11,36%. Já o Chevrolet Bolt, um dos primeiros modelos elétricos a chegar ao Brasil, viu seu preço despencar mais de 25% no mesmo período.

Perspectivas e impactos no mercado

A forte desvalorização tem levado montadoras e concessionárias a buscarem soluções para preservar o valor dos veículos elétricos. Programas de recompra garantida e ampliação da garantia das baterias são algumas das estratégias adotadas para aumentar a confiança dos consumidores.

Além disso, o governo brasileiro estuda novas medidas de incentivo para baratear o custo dos elétricos, incluindo subsídios para a produção nacional e isenções fiscais. A tendência, segundo especialistas, é que a desvalorização se estabilize conforme o mercado amadureça e a infraestrutura se expanda.

Por ora, consumidores interessados na compra de um veículo elétrico devem considerar não apenas o preço de aquisição, mas também a projeção de revenda e os custos de manutenção a longo prazo.

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