Consignado CLT para setor privado estreia com alta demanda

A close-up image of stacked coins with a blurred clock, symbolizing time and money relationship.

O novo crédito consignado para trabalhadores do setor privado estreou nesta quinta-feira (21) com alta demanda e alguns desafios operacionais. Segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego, nas primeiras horas de funcionamento do programa, foram registradas mais de 7,4 milhões de simulações de empréstimos, resultando em 653 contratos fechados até às 11h. O modelo permite que empregados formais utilizem parte do saldo do FGTS como garantia, viabilizando taxas de juros mais atrativas.

Alta procura e primeiros contratos
O programa, chamado de Crédito do Trabalhador, amplia as opções de crédito para aproximadamente 47 milhões de trabalhadores com carteira assinada. A linha de crédito permite que os empregados utilizem até 10% do saldo do FGTS e 100% da multa rescisória como garantia para obter taxas de juros mais baixas. As parcelas do empréstimo não podem ultrapassar 35% do salário bruto do trabalhador, incluindo benefícios como comissões e abonos.

De acordo com o governo, o grande volume de acessos à plataforma gerou congestionamento no sistema, ocasionando instabilidades e dificuldades no processo de contratação do empréstimo. Algumas instituições financeiras adiaram a oferta da linha de crédito para evitar falhas e garantir o pleno funcionamento da plataforma.

Expectativas e riscos
Especialistas apontam que a iniciativa pode impulsionar o acesso ao crédito e reduzir o custo dos empréstimos para trabalhadores do setor privado. No entanto, há preocupação com o risco de endividamento excessivo, especialmente porque muitos trabalhadores já possuem compromissos financeiros elevados. Além disso, a ausência inicial de um mecanismo para migração de dívidas mais caras para o novo modelo pode limitar seu impacto na redução da inadimplência. Essa funcionalidade está prevista para ser implementada apenas em abril.

“O crédito consignado é, historicamente, uma das modalidades com menores taxas de juros, mas é fundamental que o trabalhador avalie sua capacidade de pagamento antes de aderir ao programa”, afirma um analista do setor financeiro.

Próximos passos
Para acessar o crédito, os trabalhadores devem utilizar o aplicativo da Carteira de Trabalho Digital, onde podem compartilhar seus dados do eSocial e receber propostas das instituições financeiras participantes. O governo pretende monitorar a implementação do programa e realizar ajustes conforme necessário.

O mercado financeiro e o governo acompanham de perto a adesão ao modelo, que tem potencial para estimular o consumo e movimentar a economia. No entanto, o sucesso da iniciativa dependerá da estabilidade da plataforma digital e da conscientização dos trabalhadores sobre o uso responsável do crédito.

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